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Confesso que durante muitos anos detestei fazer exercício…e por isso não fazia. Até que um dia tomei a decisão de viver muitos anos com saúde. A parte do “com saúde” é muito importante já que tenho observado o impacto que muitas doenças trazem à autonomia e capacidade de viver uma vida plena. Percebi que a prática de exercício é essencial para reduzir a probabilidade dessas doenças e também uma boa estratégia para me sentir bem.

É curioso que alguns participantes nas minhas formações têm decidido criar o hábito da prática de exercício só que alguns têm dificuldade em sustentar o entusiasmo inicial e criar essa rotina na sua vida. Aproximando-se o fim do ano, muita gente desenha objectivos para o ano seguinte e este é um dos que costuma estar nessas listas em particular por causa da culpa dos quilos extra com as festas que cada vez começam mais cedo.

Neste artigo dou algumas pistas que, caso tenha tomado esta decisão, o podem ajudar a aumentar a probabilidade de criar um hábito dessa decisão.

1. Faça alguma coisa que goste

Há quem associe prazer ao resultado que vai obter com a prática de exercício (como perder peso, ficar mais saudável, sentir-se melhor e com mais energia) mas nem sempre isso é suficiente para ultrapassar a falta de vontade da prática propriamente dita.

Escolha uma modalidade que lhe dê prazer fazer. Hoje em dia toda a gente fala em ir para o ginásio mas essa pode não ser a sua preferência. O que é que gosta de fazer? Pode por exemplo fazer outras coisas como andar a pé, correr ou andar de bicicleta com pessoas que gosta e em sítios agradáveis, pode fazer desportos de grupo, pode fazer natação, hidroginástica, yoga, dançar, etc.

Lembre-se no entanto que é importante haver um equilíbrio entre actividade aeróbica (como andar, correr) e actividades para fortalecer os músculos.

Torne a actividade em si mesma em algo que lhe dê prazer pois caso contrário estará sempre a encarar esse tempo como um obstáculo para fazer a coisa que vai fazer a seguir e um meio para um fim.

2. Seja realista e tire partido daquilo que sabe sobre si

Por vezes achamos que não gostamos de fazer um determinado tipo de exercício que até nos é conveniente porque nunca experimentámos nas condições certas.

Se optar por ir a um ginásio escolha um sítio onde simpatize com os instrutores e goste do ambiente.

Conheça as suas limitações e gostos pessoais. É muito frustrante não conseguir cumprir com o desempenho esperado por isso vale a pena ir construindo o seu desempenho com base na sua evolução. Por outro lado, por vezes os instrutores não têm noção das limitações de quem não está em forma e por isso acabamos por nos sentirmos desanimados por não conseguir o desempenho esperado. Avalie se as limitações são reais ou se está a evitar utilizar todos os seus recursos e energia.

Se há exercícios de que gosta, faça! Eu por exemplo adoro saltar à corda, provavelmente porque o faço bem e porque sinto resultados quando o faço. Há outros exercícios que não gosto e por isso peço que me dêem alternativas que tenham o mesmo resultado mas com que simpatize mais. Isso tem um alto impacto na minha motivação para os realizar!

3. Escolha algo logisticamente prático e integrado na sua rotina

O modo como a prática de exercício se encaixa na sua rotina é fundamental. O sítio, o tempo que demora a chegar lá, o estacionamento (precisa de andar muito tempo à procura de lugar para o carro ou o estacionamento é caro?), as necessidades logísticas de banho, etc. podem fazê-lo desistir. Encontre uma solução logisticamente simples ou que se adeque às suas preferências.

Deixe o equipamento preparado no dia anterior se isso puder vir a ser um obstáculo/desculpa.

Seja realista na duração/frequência daquilo a que se propõe (se tem uma agenda muito cheia valerá a pena decidir que vai quatro vezes por semana?). Comece devagar com objectivos realistas e depois vá-se tornando mais ambicioso.

Já agora, lembre-se de que a história “eu não tenho tempo” é isso mesmo: uma história. Reformule essa história para “aquilo que eu faço em vez de praticar exercício é mais importante do que praticar exercício” e avalie o modo como se sente. Haverá algo na sua vida que pode fazer menos para ganhar esse tempo?

4. Observe os resultados

Se quer perder peso ou se quer simplesmente manter a rotina de praticar x dias por semana, vá observando o seu desempenho e os resultados que está a obter. Há até quem registe essa informação e alguns estudos têm indicado que manter um diário sobre isso ajuda no sucesso. Isso pode ser motivador e ajudá-lo a continuar porque pensa que se já cheguei aqui não faz sentido parar agora.

5. Coloque a prática de exercício no piloto automático

Gastamos força de vontade quando tomamos decisões. O segredo da criação de hábitos é nem precisarmos de tomar a decisão de “agora vou praticar exercício”. Cole a prática de exercício a uma coisa que já faz na sua rotina: por exemplo quando sai do trabalho ou ao fim de semana depois de ir comprar o jornal.

Escreva um plano na forma:

Quando <isto acontecer> eu vou <praticar exercício>.

Por exemplo: às segundas, terças e quintas, quando sair do trabalho, eu vou correr no campus.

Decida também previamente o que vai fazer quando acontecerem imprevistos ou não tiver vontade. Quais são os potenciais obstáculos que pode encontrar?

Por exemplo:

Quando estiver a chover eu vou correr noutro sítio mais abrigado (qual?).

Quando faltar a uma aula eu vou compensar no fim de semana.

Há uma estratégia com resultados que me tem ajudado e a outras pessoas: quando tem falta de vontade, pense que a única coisa que vai fazer é por exemplo calçar-se e vestir-se ou conduzir até ao sítio. Depois parece um bocado estranho não praticar. Li há uns tempos o testemunho de alguém que corria todos os dias de manhã. Para ele o hábito era calçar os sapatos de correr porque depois disso não fazia sentido não ir correr. Assim, usava só a força de vontade para ultrapassar o obstáculo de se calçar.

Não adie a tomada de decisão de quando vai fazer exercício para o dia. Se não tem aulas fixas nem compromisso com ninguém, defina previamente quando vai e marque-o na sua agenda. Se deixar a decisão para o dia corre o risco da sua intenção não se concretizar pois já gastou a sua cota de força de vontade por exemplo a resolver problemas do trabalho.

6. Identifique um propósito grandioso

Fazer exercício por si só, para a maior parte das pessoas não é um objectivo motivador. Mesmo perder peso e ficar mais saudável também não é algo que inspire muita gente.

Associe um propósito emocionalmente inspirador e grandioso à prática de exercício. Talvez responder às seguintes perguntas o ajude:

  • O que é que ser capaz de manter a rotina da prática de exercício diz de mim? Há quem se entusiasme em manter a consistência de uma pessoa que é capaz de realizar tudo a que se propõe, que não desiste, que ultrapassa os seus limites ou que inspira os outros a fazer o mesmo.
  • Quem é que posso inspirar com a prática de exercício? Há quem se inspire pelo exemplo na ideia de que está a dar o exemplo aos seus filhos, amigos e familiares e a influência que tem na saúde destes. Obviamente filhos de pais que praticam exercício têm maior probabilidade de o fazerem na vida adulta. Pode até praticar, como já referi acima, com alguém o que aumenta o compromisso de ambos e está assim a contribuir para os resultados dessa pessoa.
  • Como é que praticar exercício vai trazer diversão e variedade à minha vida? Há pessoas que não conseguem estar muito tempo a fazer a mesma coisa e precisam de novas experiências. Pode a prática de exercício dar-lhe essas sensações?

Compreendo muito bem todas as desculpas/histórias/dificuldades que se podem encontrar para não tornar a prática de exercício um hábito porque também já as usei :). Quando a voz na sua cabeça começar a contar-lhe histórias sobre porque é que não pratica exercício, lembre-se do provérbio árabe “quem quer fazer algo encontra um meio, quem não quer encontra desculpas”. Por isso o segredo é criar um querer muito grande.

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AO COMANDO DA OBJETIVO LUA

Ana Relvas, Ph.D & Consultora de Desempenho

Ana Relvas é a propulsora da Objetivo Lua, projeto que cresceu da sua vontade em ajudar outros a concretizarem o seu potencial e foi construído sobre uma carreira de mais de 10 anos como Gestora e Engenheira Aeroespacial.

É esta experiência que, aliada à formação como Coach e Master Practitioner em Programação Neurolinguística, permite entender os desafios profissionais atuais e desenhar programa para cada pessoa, equipa ou empresa.

 

 

 

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