Faz parte da minha missão ajudar outros a criarem tempo, tempo para realizarem melhor (e não necessariamente mais) no trabalho, tempo para realizarem as suas ambições, tempo para as coisas que gostam, tempo para si.
A maior parte das pessoas que conheço reclama de que “não tem tempo”.
Há dias ocorreu-me que o problema não é falta de tempo mas sim excesso de expetativas. Pode parecer uma transformação linguística sem real impacto. Ou não.
O tempo é limitado. O dia tem 24 horas, 1440 minutos, 86400 segundos. Nunca vai haver mais. Nunca vamos conseguir controlar o tempo, nunca vamos fazê-lo esticar.
Mas as expetativas do que fazemos com esse tempo … essas podemos influenciar!
As expetativas dos outros do que podemos fazer com o tempo
Quem são os “outros” que têm expetativas sobre o modo como usa o tempo? Pode ser o seu chefe, os seus colegas, clientes, familiares, amigos.
Muitas vezes estas pessoas têm expetativas relativamente ao tempo que temos disponível para investir nas suas necessidades porque na realidade nunca lhes dissemos “não posso agora”, “não consigo”.
Muitas vezes isto acontece porque nós próprios não temos consciência de que na realidade não vamos conseguir cumprir o que prometemos ou vamos fazê-lo à custa do resultado final ou à custa de não respondermos a outras expetativas.
O primeiro passo é termos consciência do modo como usamos o tempo, onde investimos o nosso tempo e qual o tempo que temos disponível.
Se trabalha ao computador, espreite este artigo que o pode ajudar a descobrir para onde vai o seu tempo. Aqui sugiro uma aplicação que pode instalar no seu computador para avaliar o que anda a fazer. Também pode (e deve) instalar nos seus dispositivos móveis.
Outras vezes nem temos consciência do tempo que algo demora a fazer. Tanto para coisas profissionais como pessoais:
- Lembre-se da última vez que o fez. Quanto tempo, mais ou menos, demorou?
- Divida essa tarefa em subtarefas. Estime o tempo de cada uma dessas subtarefas.
Use essa informação para avaliar o tempo que tem disponível e comprometa-se com plena consciência da sua capacidade para responder às expetativas dos outros. Lembre-se que pode sempre gerir expetativas definindo por exemplo prazos mais realistas e avaliando a real urgência e importância dessas expetativas.
As nossas expetativas do que podemos (e devemos) fazer com o tempo
Uma das expetativas mais distorcidas é a nossa perceção daquilo que conseguimos fazer. Pior, é a expetativa do que DEVÍAMOS fazer, como profissionais, como pais, como seres humanos. A pressão do sucesso, das milhares de regras e boas práticas com que somos bombardeados diariamente para termos sucesso e sermos felizes, deixa-nos atolados num mar de expetativas que nos auto-impomos.
Faça uma lista das coisas que precisa e quer fazer.
Agora, desta lista risque as que não vai fazer. O mundo vai provavelmente continuar a girar e a sua vida não vai ser diferente…ou talvez vá!
As nossas expetativas do resultado final
Esta é a minha expetativa favorita: a nossa expetativa do resultado final. Muitas vezes complicamos, tornamos a nossa vida mais complicada do que pode ser.
E aqui não falo só das expetativas profissionais e as tarefas e grau de exigência que muitas vezes inventamos como também expetativas pessoais. Aqui as piores são as obrigações domésticas (“a minha casa tem que estar impecável”, “os cortinados têm que ser lavados de 3 em 3 meses”, “o meu filho tem que praticar muitas atividades no fim-de-semana”, “todos os dias preciso de preparar uma refeição diferente para a minha família não enjoar”).
Treine-se a simplificar a sua vida e o seu trabalho.
Pergunte-se:
- Preciso mesmo de fazer isto? Se não fizer o que acontece? Posso viver assim?
- O que é que estou a deixar de fazer para fazer isto? O que é mais importante?
- Como posso simplificar? Quem me pode ajudar?
Não faça, faça menos. Deixe de fazer. Aceite que assim também está bem.
Em vez de gerir o tempo (e já agora o tempo não se gere), comece a gerir expetativas. 🙂
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Ana Relvas é a propulsora da Objetivo Lua, projeto que cresceu da sua vontade em ajudar outros a concretizarem o seu potencial e foi construído sobre uma carreira de mais de 10 anos como Gestora e Engenheira Aeroespacial.
É esta experiência que, aliada à formação como Coach e Master Practitioner em Programação Neurolinguística, permite entender os desafios profissionais atuais e desenhar programa para cada pessoa, equipa ou empresa.