Gestão de tempo ou gestão de expetativas?
O mundo parece cada vez mais rápido, as solicitações cada vez maiores e o tempo cada vez menor. Não só isto é uma fonte de stress como também o são as nossas expetativas de como devíamos lidar com o tempo: nós e os outros esperam que façamos mais em todas as dimensões da nossa vida, que façamos a magia de esticar o tempo e quando isso não acontece sentimos-nos frustrados e cansados.
Muitas vezes quando olhamos para situações conhecidas de um novo ponto de vista, temos resultados diferentes. Hoje proponho que olhe para a sua relação com o tempo com base nos seguintes quatro pressupostos e observe os resultados.
O tempo é limitado.
Toda a gente sabe: o dia tem 24 horas, 1440 minutos, 86400 segundos. No entanto, há quem acredite que consegue esticar as horas, os minutos e os segundos.
Quem aceita que o tempo é limitado, aceita também que provavelmente não existe tempo suficiente para fazer tudo a que se auto-impõe e lhe exigem. É um jogo que não vai ganhar por isso vale mais aceitá-lo e viver com isso. Este pressuposto não desresponsabiliza as pessoas. Pelo contrário! Ajuda-as a serem mais seletivas e eficazes. A mim, este pressuposto traz-me também alguma serenidade.
Não controlamos o tempo mas sim como o usamos.
O tempo não se controla. Ponto. Continuo a falar em gestão de tempo nalguns contextos para me fazer entender, mas o tempo não se gere como qualquer outro recurso. Se eu não fizer nada, o tempo continua a passar e não há nada que eu possa fazer para o aumentar.
O que eu controlo é o modo como eu uso o tempo. O que eu controlo é o modo como eu sinto o tempo. Isto parece muito óbvio mas faz toda a diferença para as pessoas que preferem ser responsáveis por aquilo que sentem e fazem.
O modo como usamos o tempo resulta das nossas escolhas.
O que fazemos e o que deixamos de fazer nas 24 horas do nosso dia é o resultado do que escolhemos ser mais importante para nós (as nossas prioridades).
Quando dizemos que não temos tempo para fazer qualquer coisa, devemos dizer (ou pelo menos pensar para não magoar os outros) eu escolho não o fazer porque há outras coisas mais importantes para mim neste momento. Por exemplo, quando o desafiam para um café e diz que não tem tempo, isto significa que o que vai fazer em vez de ir beber o café é mais importante.
Também escolhemos as coisas que achamos ser obrigados a fazer e que não são a nossa escolha: quando fazemos algo que não gostamos na prática escolhemos fazê-lo para evitar as consequências de não o fazer. Por exemplo, alguém que escolha trabalhar num sítio de que não gosta está a escolher não lidar com as consequências de sair desse trabalho.
Por isso o primeiro passo de quem quer melhorar a sua “gestão de tempo” é identificar ou trazer para o consciente quais são as coisas realmente importantes.
O segredo do sucesso: experimentar + observar + ser flexível
Não existe nenhuma metodologia de gestão de tempo ideal. Cada pessoa é uma pessoa, cada pessoa tem o seu contexto, necessidades e personalidade. O que funciona para um, não faz sentido para outro: durante anos por exemplo usei uma agenda no Outlook cheia de cores e lembretes e hoje em dia traz-me mais valor usar uma agenda em papel…o que não significa que no futuro não volte a usar uma agenda eletrónica. O segredo do sucesso é aprender com aqueles que encontraram soluções que os ajudam, experimentar algumas dessas estratégias (se funcionaram para outras pessoas significa que há uma probabilidade elevada de também funcionar connosco), observar o resultado e ser flexível, ou seja, se não funciona, fazer diferente até encontrar a sua estratégia para lidar com o tempo, neste momento.
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Ana Relvas é a propulsora da Objetivo Lua, projeto que cresceu da sua vontade em ajudar outros a concretizarem o seu potencial e foi construído sobre uma carreira de mais de 10 anos como Gestora e Engenheira Aeroespacial.
É esta experiência que, aliada à formação como Coach e Master Practitioner em Programação Neurolinguística, permite entender os desafios profissionais atuais e desenhar programa para cada pessoa, equipa ou empresa.