Às vezes fazemos coisas que são contrárias aos nossos interesses e felicidade. Hoje partilho uma ideia que nos pode ajudar a realizarmos sustentadamente o que nos traz valor e faz feliz.
O princípio da consistência
Um dos princípios da influência identificados por Robert Cialdini é o da consistência e este princípio é por vezes explorado por quem quer influenciar outras pessoas.
A consistência, ou seja termos os mesmos comportamentos do passado ou de acordo com aquilo que pensamos/pensam que somos, é uma característica altamente valorizada na sociedade. Quando alguém se contradiz, muda de opinião, volta com a palavra atrás, ou muda algum comportamento que até essa altura sempre teve, muita gente acha que essa pessoa tem duas caras, não sabe o que quer ou até tem algum problema mental. A consistência está associada com qualidades pessoais e intelectuais e intimamente ligada à estabilidade e honestidade de um indivíduo. Vários estudos têm observado que para manter a imagem de consistência muitas vezes temos atitudes que não são do nosso melhor interesse, principalmente porque não paramos para pensar nisso.
Exemplos de como o desejo de consistência nos pode limitar ou fazer crescer
A necessidade de sermos consistentes pode-nos levar a comprar uma coisa que não queremos/precisamos e também a impedirmo-nos de sermos felizes ou termos um comportamento que desejamos.
Quando alguém tem a autoimagem de si mesmo como uma pessoa feliz, consegue dar novos significados às situações mais adversas para manter essa imagem.
Quando alguém tem a autoimagem de si mesmo como uma pessoa com uma vida muito complicada, consegue sentir-se impotente perante muitas das situações na sua vida. Provavelmente conhece alguém que por mais que os amigos lhe digam “isso não é assim tão importante”, “vai-se resolver”, “tens isto e isto bom na tua vida”, continuam a dizer “tu não percebes, a minha vida é muito complicada!”? Ter uma vida complicada faz parte de quem é.
Quando alguém tem a autoimagem de si mesmo como uma pessoa que pratica exercício e é saudável, consegue criar as oportunidades para ter isso na sua vida. Quando alguém tem a autoimagem de si mesmo como uma pessoa que não tem jeito e não gosta de fazer exercício, tem alguma dificuldade em iniciar a prática de exercício porque “não é quem ela é”.
Quando alguém tem a autoimagem de si mesmo como alguém assertivo e até agressivo, tem alguma dificuldade em alterar esse comportamento. Algumas pessoas até dizem “está com pezinhos de lã…o que é que este quer?”.
Quando alguém tem a autoimagem de que está sempre contactável e disponível, tem alguma dificuldade em ter tempo para si sem se sentir culpado.
Quando alguém tem a autoimagem de si mesmo como uma pessoa que trabalha muito, muito sobrecarregada e que trabalha até tarde, não consegue encontrar equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Por outro lado, quando alguém tem uma autoimagem de ser uma pessoa organizada que consegue sair a horas para fazer outras coisas de que gosta, faz o que tem que fazer durante o dia para que isso aconteça pois isso é consistente com a imagem que tem de si mesmo.
Qual é o seu guião?
Às vezes os guiões que criámos (ou os outros criaram) sobre quem somos limitam-nos. Às vezes definirmo-nos como quem queremos ser ajuda-nos a mais facilmente agirmos consistentemente com isso. Experimente criar um guião que lhe traga os recursos que precisa (por exemplo, “eu sou uma pessoa que perante situações difíceis reage com calma, serenidade e foco na solução”, “eu sou uma pessoa feliz”, “eu sou uma pessoa com tempo”, etc.)
FERRAMENTAS
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Ana Relvas é a propulsora da Objetivo Lua, projeto que cresceu da sua vontade em ajudar outros a concretizarem o seu potencial e foi construído sobre uma carreira de mais de 10 anos como Gestora e Engenheira Aeroespacial.
É esta experiência que, aliada à formação como Coach e Master Practitioner em Programação Neurolinguística, permite entender os desafios profissionais atuais e desenhar programa para cada pessoa, equipa ou empresa.