Ensinaram-nos em pequenos que devíamos fazer aos outros o que gostaríamos que nos fizessem. Do ponto de vista da liderança e da comunicação, em geral, este é um conceito que nos pode trazer problemas já que como somos todos diferentes e temos necessidades diferentes, agir com os outros como gostaríamos que agissem connosco pode não nos trazer os resultados que pretendemos.
O modelo de liderança situacional do Ken Blanchard é muito útil para refletir e definir comportamentos que tragam melhores resultados neste campo. Além de enfatizar que o estilo de liderança deve ser diferente consoante a pessoa com quem interage, este modelo dá um passo à frente: o estilo de liderança deve ser diferente consoante a tarefa ou objetivo que a pessoa está a desempenhar. Todos nós temos alto desempenho e motivação para fazer algumas coisas e menos noutras, talvez por nunca as termos feito ou não estarmos confiantes nas nossas capacidades.
Imagine que lidera um excelente e autónomo técnico e que esta pessoa passa a ter funções de gestão de equipa. Relativamente às tarefas de gestão esta pessoa provavelmente não está tão à vontade e não pode ser liderada do mesmo modo que era quando as suas responsabilidades eram tarefas técnicas.
Para aplicar o modelo de liderança situacional do Ken Blanchard começa-se por identificar qual o nível de quem executa relativamente à tarefa ou objetivo, considerando duas dimensões:
- a dimensão da competência para realizar a tarefa (geralmente relacionada com competências técnicas ou outras);
- a dimensão do compromisso (e por compromisso aqui entende-se motivação e confiança para realizar a tarefa).
Neste modelo existem 4 níveis de executante (D1, D2, D3 e D4) como ilustrado de seguida:
- D1- Principiante Entusiasta: tem um baixo nível de competência e alto nível de compromisso. Tipicamente é a fase em que iniciamos uma tarefa que nunca realizámos. Ainda não sabemos fazer mas estamos entusiasmados com a perspetiva não tendo ainda consciência das potenciais dificuldades.
- D2 – Aprendiz desiludido: tem pouca ou alguma competência e baixo compromisso. Trata-se em geral do principiante entusiasta que começou a ter consciência das suas limitações naquele momento relativamente à tarefa e que começou a observar que não tem os resultados que deseja. Como consequência o seu nível de autoconfiança reduziu-se.
- D3 – Executante capaz mas cauteloso: já tem competência moderada ou elevada na execução e um nível de compromisso variável, dependendo da sua autoconfiança para realizar a tarefa de modo autónomo.
- D4 – Realizador autónomo: tem um nível de competência elevado e um nível de compromisso elevado. Como o próprio nome indica, é um realizador autónomo.
A imagem seguinte ilustra o nível de compromisso e competência relativo de cada um destes níveis:
Como liderar cada um destes níveis?
Imagine o que seria liderar um realizador autónomo (que precisa de pouco ou nenhum acompanhamento) com as mesmas estratégias que usaria para um principiante entusiasta (que precisa que lhe digam, quase passo a passo, o que fazer e de monitorização). Corria o risco de levar o realizador autónomo à loucura. O contrário também seria um problema já que deixar o principiante entusiasta “à solta” levaria com certeza a problemas.
Percebendo com base no modelo de liderança situacional em que nível está o executante, o líder adapta o seu comportamento em duas dimensões: DIREÇÃO e APOIO. Quanto maior a direção do líder, menor a autonomia e capacidade de decisão do executante. Quanto maior o apoio do líder, maior o foco do líder em criar espaço para encorajar confiança e capacidade de resolver problemas do executante. O objetivo maior é aumentar a autonomia e performance de quem executa.
Este modelo identifica quatro tipos de liderança (S1 – direção, S2 – treino, S3 – apoio, S4 – delegação). De seguida resumo qual o comportamento do líder caracterizando cada um destes tipos de liderança consoante o nível do executante.
O importante é lembrar-se de adequar o seu comportamento ao comportamento da pessoa lembrando-se que a mesma pessoa pode ter necessidades diferentes dependendo do seu nível de competência e compromisso relativamente à tarefa ou objetivo que tem em mãos.
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AO COMANDO DA OBJETIVO LUA

Ana Relvas, Ph.D & Consultora de Desempenho
Ana Relvas é a propulsora da Objetivo Lua, projeto que cresceu da sua vontade em ajudar outros a concretizarem o seu potencial e foi construído sobre uma carreira de mais de 10 anos como Gestora e Engenheira Aeroespacial.
É esta experiência que, aliada à formação como Coach e Master Practitioner em Programação Neurolinguística, permite entender os desafios profissionais atuais e desenhar programa para cada pessoa, equipa ou empresa.