Saber quando parar de fazer uma coisa contribui para ter mais tempo para a coisas que são importantes para si. Como entramos no modo perfeccionista e como podemos sair dele é o tema deste artigo.
Há quem não largue uma tarefa até achar que está perfeita, sem falhas. Há quem defina altas expetativas, muitas vezes irrealistas, e não fique satisfeito até as realizar. Reveem o texto muitas vezes para terem a certeza que não tem nenhum erro, mudam as cores e o aspeto das fontes várias vezes até estarem satisfeitos, acrescentam detalhes para terem a certeza que toda a gente vai perceber, refazem as contas várias vezes para ter a certeza que estão corretas. Tipicamente estas pessoas não têm um retorno financeiro maior por serem perfeccionistas, bem pelo contrário: a tarefa acaba por custar mais do que o valor que traz e não têm tempo para fazer outras coisas que lhes tragam valor financeiro ou bem estar.
O perfeccionista é como um viajante cujo destino está sempre a fugir. Quando chega ao que pensava ser o destino percebe que ainda pode dar mais alguns passos e depois ainda mais alguns passos e depois ainda mais alguns passos. Quem observa esta viagem de fora, não estava à espera que o perfeccionista fosse tão longe ou nem valoriza os passos extra que percorreu porque comparado com toda a viagem, isso não tem importância. Nota sim que este viajante demorou mais tempo do que o esperado, está cansado e desgastado e que perdeu a oportunidade de fazer outras viagens.
O perfeccionista é como aquele monge que tinha construído uma parede de tijolos mas como tinha dois tijolos mal colocados tinha vergonha de mostrar a parede aos visitantes. Um dia um visitante elogiou a parede ele percebeu que tinha dois tijolos fora do sítio mas também tinha 998 bem colocados e isso era suficiente para a parede cumprir a sua função.
Nesta viagem, muitos perfeccionistas lutam consigo mesmo para darem a viagem por terminada mas é mais forte do que eles. Se este é o seu caso ou das pessoas com quem trabalha, coloque na sua mala as sugestões que ofereço de seguida. Se quiser ajuda para esta viagem, contacte-me.
Intenção
Tudo o que fazemos tem uma intenção positiva, mesmo que não tenhamos consciência de qual é. A raiz do perfeccionismo é muito frequentemente o medo de por exemplo falhar. Qual é a intenção positiva por trás de ter o comportamento de perfeccionismo? Qual é a sua motivação? De que outro modo pode satisfazer essa intenção? Pense em situações específicas e responda a estas questões.
Crenças
Aquilo em que acredita rege o seu comportamento. Quais são as crenças que o impedem de parar? Algumas pessoas acham que o bom não é suficiente e isso significa que elas próprias não são suficientes, que falhar não é aceitável. O que é que gostava de acreditar em vez disso?
É interessante perceber que quem consegue ficar satisfeito com o menos que perfeito, aceita por exemplo que a perfeição define uma direção o que não significa que esse seja o destino. Aceita que o tempo é limitado, que nem tudo vale a pena fazer bem e que há coisas que é melhor fazer depressa. Há pessoas que acreditam que o medo de falhar as paralisa e impede-as de crescer.
Alargue os horizontes (Big Picture)
Continuar à procura da perfeição pode implicar estar a negligenciar outras coisas ou estar a gastar o seu tempo numa coisa que não é valorizada. O tempo é limitado, por isso está provavelmente a pôr em causa outras coisas que são importantes para si a nível pessoal e profissional. Alargue os seus horizontes respondendo às questões:
- Qual é a diferença no resultado final se continuar à procura da perfeição? Tenha consciência de quanto vale uma hora do seu tempo. O resultado de mais uma hora de trabalho nesta tarefa traz um valor superior ao que custa? Estará a gastar €100 para resolver um problema de €5?
- Se parar agora de procurar a perfeição, o que é o pior que pode acontecer?
- Está a negligenciar outras tarefas? Que oportunidades está a perder? O que é que podia estar a fazer com este tempo? Qual o valor que isso lhe traria (valor monetário, bem estar, saúde, felicidade)?
- Se esta tarefa não é para si, certifique-se que sabe o resultado que esperam. Qual é o valor que dão a este trabalho? Quais os standards de qualidade esperados?
Simplifique
Quando procura a perfeição muitas vezes está a ligar o “complicómetro” adicionando detalhes que não fazem diferença e a tornar a tarefa mais complexa. Como pode simplificar o que está a fazer?
Planeie
Tem consciência de quanto tempo já gastou numa tarefa? Comece por registar o tempo que demora e avalie se é razoável. Muitas vezes só ter esta consciência ajuda bastante.
Muitas vezes o modo de parar um perfeccionista é dar-lhe um prazo. Está como estiver. Não há mais tempo. Fixe o tempo que vai usar e seja flexível com o âmbito do resultado final.
Use isso a seu favor. Imponha-se prazos ambiciosos. Comece por estimar a duração das tarefas para o ajudar a estar mais alerta quando entra no modo da busca da perfeição. Defina uma intenção como “Ao fim de x horas vou parar e dar este trabalho como terminado”.
Defina prioridades. Tenha sempre no seu consciente o que é mais importante para ser mais fácil fazer a escolha de parar e passar para outra coisa.
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Ana Relvas, Ph.D & Consultora de Desempenho
Ana Relvas é a propulsora da Objetivo Lua, projeto que cresceu da sua vontade em ajudar outros a concretizarem o seu potencial e foi construído sobre uma carreira de mais de 10 anos como Gestora e Engenheira Aeroespacial.
É esta experiência que, aliada à formação como Coach e Master Practitioner em Programação Neurolinguística, permite entender os desafios profissionais atuais e desenhar programa para cada pessoa, equipa ou empresa.