Há uns tempos escrevi um artigo sobre “A ciência da motivação: às vezes não precisa de fazer algo, basta parar de fazer o que já faz!”.
Hoje retorno a este tema com a extrapolação de um modelo que nos pode ajudar a criar as condições que alimentam equipas empenhadas.
A pirâmide de Maslow
Nos anos 40, o psicólogo americano Abraham Maslow criou um modelo conhecido hoje como a hierarquia de necessidades de Maslow/pirâmide de Maslow para sistematizar o que motiva o Ser Humano.
Segundo este modelo, para nos sentirmos satisfeitos/realizados procuramos satisfazer várias necessidades. Maslow sistematizou estas necessidades em cinco categorias hierárquicas na forma de uma pirâmide. Teoricamente, começamos a procurar satisfazer as necessidades dos níveis mais altos da pirâmide quando as dos níveis mais baixos estão satisfeitas.
Os cinco níveis de necessidades definidos estão ilustrados na imagem.
A hierarquia dos cinco níveis sugere que será difícil atingir a motivação e satisfação quando, por exemplo, as necessidades básicas não são satisfeitas o que, à primeira vista, parece ser intuitivo: se não temos as necessidades básicas como as necessidades fisiológicas e segurança satisfeitas dificilmente temos energia para procurar satisfazer outras nos níveis mais elevados da pirâmide.
Há quem argumente que não existe necessariamente uma hierarquia e que pode ser possível uma pessoa estar realizada sem a total satisfação de uma das necessidades ou passando por estas etapas. Além disso, é também apontado que esta teoria é demasiado uniforme em particular na vertente profissional, que não leva em conta um conjunto de fatores como expetativas, experiência e perceção e que não é completamente aplicável nos dias de hoje.
Não é o propósito deste artigo analisar estas questões mas sim oferecer mais uma ferramenta para refletirmos e definirmos estratégias sobre motivação, em particular estender este modelo para a cultura organizacional.
A pirâmide de Maslow nas organizações
Considerando o ponto de vista das organizações e das necessidades que esta satisfaz aos seus colaboradores, podemos representar este modelo como ilustrado na imagem seguinte.
Uma das ideias mais importantes da extrapolação deste modelo é que nem todas as necessidades têm igual contributo para a motivação. Podemos considerar dois grandes grupos de fatores que contribuem para a motivação e empenho:
- Fatores de higiene (os três níveis inferiores da pirâmide) cuja existência não garante equipas empenhadas e motivadas, mas cuja ausência contribui para a insatisfação, ansiedade e tensão.
- Fatores de motivação (os dois níveis superiores da pirâmide) que, sedimentados na existência dos fatores de higiene, contribuem para equipas empenhadas e crescimento da organização.
Enquanto não satisfizer os fatores de higiene, garantido condições de trabalho básicas e justas, perceção de segurança, bem como um bom ambiente de trabalho, pode ser contraproducente investir em estratégias “motivacionais”.
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Ana Relvas é a propulsora da Objetivo Lua, projeto que cresceu da sua vontade em ajudar outros a concretizarem o seu potencial e foi construído sobre uma carreira de mais de 10 anos como Gestora e Engenheira Aeroespacial.
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